Jogo de Cena (2007) - dirigido por Eduardo Coutinho
Sobre o filme “Jogo
de Cena” (2007),
dirigido por Eduardo Coutinho.
dirigido por Eduardo Coutinho.
Documentário, acredito, é
quase um "tabu" para a maioria das pessoas pois, quando questionadas,
lembram-se apenas do formato narrado e didático ou explicativo. Porém, o “mundo
de possibilidades” existentes dentro do universo do documentário é o que essas
pessoas não sabem.
E Eduardo Coutinho, diretor deste documentário, e de muitos outros, traz
ao espectador uma experiência “diferenciada”, a realidade de pessoas comuns que
vivem, trabalham, sofrem, amam e sonham como todos “nós”. Ele consegue “buscar”, no íntimo de cada
pessoa apresentada, vivências totalmente incríveis e suas histórias “reais”,
que vêm à tona daquela pessoa “comum”, que faz com que o espectador na sua
individualidade se sinta “especial”.
A “quebra de parâmetros” já começa a ser intrigante na forma que se
apresenta a proposta, mulheres de várias idades e com vidas totalmente
diferentes, contando suas histórias e, algumas delas, sendo “representadas” por
atrizes conhecidas ou não. Outra questão é onde acontecem as entrevistas,
mostrando um local, para muitos, “mítico”, já que, se passa no palco de um
teatro vazio, sendo que a todo o momento, durante as entrevistas, contemplamos
as cadeiras vazias ao fundo, esse fato pode fazer nossa mente divagar em muitos
aspectos, tentando explicar a escolha do “cenário”.
Podemos compreender que cada pessoa ao assistir, interpretará de uma
maneira distinta, mas é inegável que nosso senso do real é “manuseado”,
“entretido” e “desafiado” pois, não é possível apenas assistir sem
refletir/pensar e de certa forma “criticar” o que estamos vendo. Já que, o documentário
“brinca” com quem o assiste, ficamos “suspensos” sobre definir opiniões, pelo
menos, até o final.
E também, a encenação nos leva a uma realidade alternativa, onde a vida
“real” é deixada de lado. O mundo irreal então, passa a fazer parte de nossa
rotina, nossos pensamentos, nossa vida.
Podemos então, nos perguntar e definir em nossas mentes: Sabemos o que
estamos fazendo? Devemos Confiar ou Desconfiar de tudo que vivenciamos? Todas
as pessoas têm problemas, mesmo parecendo que não. Todas as pessoas, famosas ou
não são seres de carne e osso que vivem, respiram, sofrem e passam por
dificuldades e obstáculos igual, o que muda é a maneira que o obstáculo se
apresenta e de que forma cada pessoa o irá encarar.
Assim, nós “nos deixamos
enganar”, ao passo que, sabemos estar muito “expostos” ao não-real, mas mesmo assim, queremos acreditar que estamos
“conectados” com a realidade, de tal modo a até projetamos nossas vidas e a
vida de pessoas ao nosso redor naquele contexto. O diretor nos faz refletir ao “descuido”,
à perda de um “momento crítico”, ou seja, nos faz repensar nas coisas
importantes e significantes para não acabarem passando despercebidas.
Comentários
Postar um comentário