Os Incompreendidos – Truffaut - 1959
Os Incompreendidos – Truffaut (1959)
A narrativa do
filme mostra, em vários momentos, planos longos mas com uma finalidade
acertada, a de esclarecer e explanar bem a cena.. O filme, de modo geral, sabe
se expressar de uma forma tão bem construída e atual, que se não fosse por
alguns pequenos detalhes, não seria possível se dizer de 1959.
Pois demonstra a trajetória, um
tanto melancólica, porém impressionante, deste menino, que se encontra em seus
quatorze anos, que vive com seus pais, os quais o repreendem e não o entendem.
A narrativa nos faz, de certa forma, ficar ao lado de Antoine e até torcer por
ele, ao seu lado, quando comete seus deslizes, quando sai “a passear” com seu
amigo e torcer para que a vida o recompense por seus anos de sofrimento e
angústia, pois seus pais o menosprezam e com seu amigo ele descobre uma forma
de descontração.
Este filme, de Truffaut é
considerado o marco inicial da Nouvelle Vague, principalmente por ser seu primeiro
trabalho como diretor, o qual o faz de maneira tão bem articulada, os planos
bem construídos, a história bem construída. Além disso, a forma como Antoine é
retratado, de uma forma tão orgânica que literalmente nos envolve na trama, a
qual se desenvolve de uma maneira a posicionar o espectador na cena, o jogo de
câmeras, que se faz muitas vezes desapercebido.
Enfim, mesmo para o finalzinho dos anos 50, a forma, tanto a rebeldia
como a insegurança e vários outros sentimentos e sensações que percebemos e
também passamos a compartilhar com Antoine são tão contagiantes, que mostram o
grande domínio do diretor em “conduzir” o espectador. E também, a carga
emocional colocada neste personagem, principalmente por alguns dos eventos
retratados pertencerem à memória do próprio Truffaut, o que também nos mostra a
grande força interior, a qual pode impulsionar uma pessoa a buscar, conquistar
e a realizar o que se quer, mesmo encontrando muitas dificuldades durante seu
caminho.
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